21 de abril de 2010

Reflexões...

Este é um espaço que é meu certo? - já que sou eu que escrevo nele...
E posso escrever nele o que me apetecer que ninguém tem nada a ver com isso, certo? Serve a carapuça a quem servir, quer eu conheça, quer nunca o tenha visto mais gordo, right? Ora então vou reflectir sobre um assunto giro: Cinismo.
Isto porquê?
Porque sim. Porque me apetece e serve a carapuça a quem tiver que a enfiar, lás está... Bom, adiante...
Não é que eu não saiba o seu significado, mas para dar um ar da sua (minha) graça, achei giro procurar o verdadeiro significado deste nome, tomado tantas vezes como adjectivo para qualificar individualidades. Ora então vamos ao nosso momento pedagógico:
Cínico
adj.adj.
1. Pertencente à seita filosófica que desprezava as conveniências sociais.
2. Fig. Impudente; obsceno; impudico.
3. Med. Próprio de cão.
s. m.4. Pessoa dissoluta, sem pudor, desavergonhado.
Agora vou-te dar um minutinho para reflectires sobre o assunto.

...
Já está?
Reflectiste bem?
Agora pensa quantas vezes chamaste isso a uma outra pessoa em conversa com terceiros.
Muitas, né?...
Eu própria acho que mais de metade das pessoas que eu conheço e das que lido diariamente o são.
Por uns e outros motivos podes ter razão em adjectivar essa pessoa com tal palavrinha tão simpática, mas não serás tu mais cínico(a) ainda pelo facto de não teres os chamados tomates para lhe dizer isso directa, frontal e pessoalmente?
Ora poizé...
Aí é que está o cerne da questão.
Que tal olharmos primeiro para o nosso pequeno e esquizitinho umbigo que Deus nos deu antes de falarmos sobre os outros, quando não temos nem coragem de lhes dar um ''bom dia'' ou sequer olhar na cara deles? Hm? Não era nada mal pensado, pois não? Mandar boquinhas infantis não é ser-se menos cínico. Criar intrigas também não. Virar os outros contra a pessoa em questão muito menos. E magoar de forma bruta e ridícula também não me parece que o seja...

Outro assunto (puxado pelos cordelinhos deste), que me tem feito dispender tempinho a reflectir, é o sentido que hoje em dia as pessoa dão à amizade.
Vamos então a mais um momento de pedagogia, já que estou em maré disso...

amizade - relacionamento humano que envolve o conhecimento mútuo e a afeição, além de lealdade ao ponto do altruísmo.
Bom...
O que é que eu posso dizer sobre isto?
Tanta coisa e coisa nenhuma.
Vejo de dia para dia amizades a serem postas de lado. A serem destruídas e reconstruídas, sem nunca ficarem como dantes. Amizades que terminam por dá cá aquela palha. Amigos que se afastam e deixam de dar notícias, como se a amizade que havia não significasse coisa alguma. Amigos que se zangam por coisas tão descabidas, que levam tão a sério essa zanga, que preferem acabar com a amizade ao invés de resolver e reconciliar. Amigos que se deslumbram e esquecem quem sempre esteve aqui. Que julgam o outro por aquilo que acham e não por aquilo que sabem. Que exigem determinadas coisinhas que não se podem exigir de ninguém, porque somos todos livres de espírito, nem que seja só um bocadinho.

Sinceramente, isto dá-me pena.
Pena porque sempre soube que sem amigos não se é tão feliz - por isso me agarro a elas com unhas e dentes. Preocupa-me pensar que essas pessoas nunca saberão acolher novas pessoas na sua vida. Fazer novas amizades. Misturar-se com gente diferente da usual. E mais importante, saber manter amizades a longo prazo.

Quando te aperceberes de tudo isto, vais tentar reatar amigos que perdeste. Reconciliar-te com pessoas que, agora, vês que te xateaste sem mais nem porquê. E quando tentares fazer-lo, vais-te aperceber que já é tarde. Vais finalmente abrir os olhinhos (ou não) e perceber que o mundo não gira à tua volta. Que o mundo e os outros nunca se vão fazer à tua medida. Vais-te aperceber que mesmo quando pensavas que sim, nem sempre tiveste razão. Vais ver que essa pessoa está tão magoada e farta de ti que nem te quer pôr a vista em cima. Vais ver que, por mais que tentes, as coisas nunca vão voltar a ser o que eram...


Há que saber perdoar. Saber conversar os problemas e discuti-los e resolve-los em conjunto. Sermos mais tolerantes - qualidade essa que muito pouca gente tem - e compreensivos. Temos que respeitar o outro, porque ser amigo é respeitar em pleno aquilo de que o outro é feito, mesmo que não gostemos. Em vez de virarmos as costas uns aos outros, deviamos sim crescer juntos. Aprender uns com os outros. Remar para o mesmo lado.

E pronto, ficam aqui mais uns desabafos, esperançados que possam mudar atitudes e sensibilizar coraçõezinhos frios.
É a constante luta por um mundo melhor...

1 comentário:

Joana disse...

Ao ver o título do blog ainda pensei que fosses falar das aulas da Mercês, mas afinal não :p

"Pedra dura tanto bate até que fura" - pode ser que neste caso se aplique.